Queda na Lucratividade da Usiminas
A Usiminas, uma das maiores empresas siderúrgicas do Brasil, enfrentou uma queda significativa em sua lucratividade no segundo trimestre de 2024 (2T24), resultando em uma redução de 23% no valor de suas ações. Este cenário levou o Bank of America (BofA) a alterar a recomendação das ações da Usiminas (USIM5) de “neutro” para “venda” e reduzir o preço-alvo de R$ 9 para R$ 6.
Desempenho Financeiro e Reação do Mercado
As ações da Usiminas fecharam em baixa de 4,42%, cotadas a R$ 6,05, na segunda-feira, 29 de julho. O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 295 milhões, representando uma queda de 29% em relação ao trimestre anterior e 34% abaixo das expectativas do BofA. Com isso, o banco revisou suas previsões de Ebitda para 2024 e 2025, reduzindo-as em 18% e 17%, respectivamente, posicionando suas estimativas 21% e 17% abaixo do consenso do mercado.
Desafios e Perspectivas
Os analistas do BofA destacaram que, além da queda nos resultados do 2T24, havia uma expectativa de redução de 6% no custo do produto vendido (CPV) por tonelada na divisão de aço no terceiro trimestre de 2024 (3T24), devido aos ganhos de eficiência da reforma do alto-forno 3 e à queda de 9,5% nos preços no 2T. No entanto, a Usiminas sinalizou que a depreciação do real poderia compensar esses ganhos, levando os analistas a preverem um CPV estável no 3T24. Mesmo com a recente alta nos preços do aço, os lucros continuam pressionados pelos custos elevados.
Avaliação e Recomendações
O BofA estima que a Usiminas está sendo negociada a 6,4 vezes o valor da firma (EV) sobre Ebitda para 2024, com um rendimento de fluxo de caixa livre (FCF) de 7,1%. Para 2025, a previsão é de 4,1 vezes EV/Ebitda e um rendimento de FCF de 6,1%. Contudo, a incerteza permanece alta, especialmente considerando o capex adicional necessário para a extensão da vida útil da mina na divisão de mineração, que pode pressionar o FCF para o território negativo.
O Citi também revisou sua análise, reduzindo o preço-alvo das ações de R$ 8,75 para R$ 7, mas manteve a recomendação “neutra”, citando a expectativa de melhora nos resultados do segundo semestre de 2024 com base nos preços mais elevados do aço.