A Organização dos Estados Americanos (OEA) anunciou nesta terça-feira (30) que não reconhece os resultados das eleições venezuelanas, que declararam a reeleição do presidente Nicolás Maduro. A decisão foi baseada em um relatório do Departamento de Cooperação e Observação Eleitoral (DECO), que apontou uma “estratégia coordenada” para comprometer a integridade do processo eleitoral nos últimos meses.
Elementos de Irregularidades
Segundo o relatório, uma série de fatores inviabilizou o reconhecimento democrático dos resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Entre os pontos destacados, estão:
- Opacidade do CNE: Resistência à observação nacional e internacional.
- Desigualdade na Disputa: Intimidação e perseguição política, supressão de candidaturas.
- Ataques à Imprensa: Limitações ao direito à informação.
- Problemas na Votação: Atrasos na abertura dos centros de votação e restrições ao acesso dos fiscais da oposição.
- Interrupções: Suspensão da transmissão de resultados e interrupção do serviço da página do CNE.
Reações da OEA
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, afirmou que a pior forma de repressão é impedir que o povo encontre soluções por meio de eleições. Ele destacou a necessidade de garantir liberdade, justiça e transparência no processo eleitoral, além de proteger os direitos dos cidadãos de serem eleitos.
A organização criticou duramente as práticas fraudulentas aplicadas na noite de domingo, considerando-as rudimentares em muitos casos. Para a OEA, é crucial que Maduro aceite os resultados apresentados pela oposição, o que abriria caminho para um retorno à democracia no país.
Exigências para Novas Eleições
A OEA defende a realização de novas eleições, desta vez com a presença de observadores da União Europeia e da própria OEA, além de uma nova gestão no CNE. A medida visa reduzir as irregularidades institucionais que comprometeram o processo eleitoral atual.
A posição da OEA reforça a necessidade de um ambiente eleitoral transparente e justo na Venezuela. A comunidade internacional está atenta e exige mudanças significativas para garantir que o povo venezuelano possa exercer plenamente seus direitos democráticos.